MEDIAÇÃO: Solução Para Conflitos Condominiais

Viver em condomínio significa compartilhar espaços, seguir regras e conviver com pessoas que têm hábitos e rotinas diferentes, por isso, não é raro que surjam desentendimentos sobre barulho, uso da garagem, presença de animais, reformas e até mesmo mensagens em grupos de WhatsApp, dentro desse contexto, a mediação se destaca como  uma alternativa eficaz e pacífica na resolução dos conflitos, pois por meio do diálogo, esses métodos ajudam a evitar brigas, processos judiciais e o desgaste nas relações entre vizinhos.

Mas o que é mediação?

A mediação é uma forma de resolver conflitos por meio do diálogo, com a ajuda de um terceiro imparcial (o mediador), que facilita a conversa entre as partes. Diferente de um juiz ou conciliador, o mediador não impõe decisões, ele ajuda as pessoas a encontrarem, juntas, uma solução que funcione para todos.

Por que a mediação se torna importante em condomínios?

Condomínios são ambientes coletivos, compostos por histórias, valores e rotinas individuais, e  a mediação se torna importante porque pode evitar que um conflito se estenda ou até mesmo se  instaure no campo judiciário, evitando-se perda de tempo, desgastes emocionais, frustações com o direito de moradia,  e clima de hostilidade.

Veja alguns benefícios da mediação:



• Evita ações judiciais demoradas e caras;

• Preserva o relacionamento entre vizinhos e com a administração;

• Resolve o problema de forma mais rápida e prática;

• Promove o diálogo e o entendimento mútuo;

• Economiza recursos do condomínio.

Como aplicar a mediação no dia a dia do condomínio?

1. Estimule o diálogo antes da punição. Antes de advertências e multas, ofereça a chance de conversar. Muitas vezes, o problema é resolvido com uma boa conversa, intermediada com respeito.
2. Crie um canal de escuta no condomínio, pode ser um e-mail, uma caixa de sugestões ou até um membro da comissão de convivência. O importante é que o morador saiba que pode ser ouvido.
3. Capacite o síndico e conselheiros. Síndicos e conselheiros são figuras centrais na mediação informal. Treinamentos simples sobre escuta ativa, empatia e técnicas básicas de resolução de conflitos já fazem grande diferença.
4. Formalize a mediação no regimento interno ou convenção. Incluir a mediação como etapa prévia obrigatória para a resolução de conflitos entre condôminos, evita que divergências menores virem grandes disputas judiciais.
5. Parcerias com Câmaras de mediação. Em casos mais delicados, o condomínio pode contar utilizar câmaras privadas ou públicas, ou ainda mediadores profissionais que conduzam o processo com isenção e técnica.
6. Promova ações de convivência. Festas, assembleias participativas, campanhas educativas e até rodas de conversa ajudam a estreitar os laços comunitários e reduzir a tensão.

Conclusão

A mediação constitui uma ferramenta essencial para os condomínios que almejam promover um ambiente pautado pela convivência pacífica, respeito mútuo e senso de coletividade. Em vez de transformar divergências cotidianas em disputas formais e desgastantes, a mediação estimula o diálogo construtivo e a busca conjunta por soluções equilibradas.

Ao adotar práticas mediativas, síndicos e condôminos deixam de lado a lógica adversarial e passam a atuar de forma colaborativa, o que favorece não apenas a organização interna do condomínio e gestão do síndico,  mas também o fortalecimento de vínculos comunitários. Trata-se, portanto, de um instrumento que ultrapassa a resolução de conflitos pontuais e contribui para a formação de uma cultura de convivência mais ética, empática e sustentável.

Dra. Tatiana Turano

Advogada com mais de 10 anos de atuação, especialista em Direito Imobiliário e Condominial. Pós-graduada em Direito Empresarial e em Gestão de Negócios. Coautora das obras Direito Condominial Contemporâneo e Novas Vozes do Direito Condominial, com ampla experiência em Assessoria Jurídica de Condomínios e Negócios Imobiliários.